terça-feira, 1 de setembro de 2009

À conversa com... ERRANTE

Entrevista com... Errante

O Cab inicia hoje a primeira de um conjunto de entrevistas que pretende efectuar com todos os seus aderentes.

Os vossos comentários são bem-vindos.













Cardoso da Silva
Doutor Eng. Civil



CABQuando começou para si o autocaravanismo? Por influência de que aspecto? Com que viatura? Se tivesse que convencer alguém amigo a adoptar o autocaravanismo, que argumentos utilizariam?

CARDOSO DA SILVA – Naquele tempo viajava devagar, dentro do velhinho peugeot, na companhia da então namorada, por entre as autocaravanas ali estacionadas no verão e.....sonhávamos aventura.

O gosto pela aventura e informalidade em tempo de férias talvez tenha começado justamente na nossa viagem de núpcias (Agosto de 1982). Um quarto de dormir que era uma canadiana de duas pessoas, na primeira noite instalada no camping de Vila-Nova de Mil Fontes, …à época um paraíso,… a multidão resumia-se então, a meia dúzia de alentejanos de botim, calça alta, cinta e sombreiro,...

Uns anos depois um pé-de-água nocturno em S. Sebastian Donostia, ditava a morte da canadiana e do restante equipamento,… no dia seguinte, em Andorra, ressuscitava novo equipamento de dia, para logo nessa noite voltar tudo a morrer, na escorrência de outro violento pé-de-água, que nos colocou definitivamente há porta de um Hotel,…descobri que afinal o dinheirito já chegava para pagar esse pequeno luxo.

Estava longe de imaginar o tempo que havia de passar,..os incontáveis quartos de hotel, os aviões, os cruzeiros,...que haviam de passar até ao esquecimento completo.

Eis senão quando, o sonho renasce e se reafirma. E com ele a ilusão e o alento de uma juventude que ameaça esboroar-se no complexo quotidiano de vidas organizadas.

Planeia-se agora, todos meses, a viajem reinaugural da "Travel Van" - Burstner,...a encomenda foi feita em Dezembro de 2007 e o brinquedo chegou em Julho de 2008!

O eterno apelo de juventude, a aventura, a informalidade, a liberdade de não compromissos com marcações e outras complicações, a errância e a natureza, … a possibilidade de viajando mais tempo, andar muito menos por fora dos locais que se visita, do que um turista convencional, são tudo argumentos e paixões de autocaravanista.



Travel Van - Portagem



CABQue países já visitou? Que locais aconselha? E eventos? Monumentos? Cidades? E porquê? E onde pernoita normalmente? Como escolhe os locais?

CARDOSO DA SILVA – Revisitei locais, lugares e vivências com mais e melhor espírito de viajante.

Locais e lugares de Portugal como a Portagem, Marvão, Asseiceira, Castelo de Vide, num fim-de-semana de boa memória, pela tranquilidade e descanso, … pelas paisagens, gastronomia e simpatia das gentes, com uma noite na Portagem e duas noites num camping rural, em Asseiceira, pequenino, com gente que descansa os olhos em leituras adiadas, … entre oliveiras centenárias e ingleses que guardam os últimos raios de sol de um Outono que se despede e adormece no tilintar de guizos de ovelhas que nos embalam no sono dos justos.

Espanha, Guadalupe, aqui tão perto, com um extraordinário mosteiro prenhe de história e arte, …o tempo infinito que aqueles monges tinham e viviam, para trabalhos como esculpir, retratar, tecelar tudo muito minuciosamente, apesar da esperança média de vida tão curta à época….um tempo de vida imenso ou talvez não, dentro de outros tempos.

França, Collonges-La-Rouge, onde a singularidade da história arquitectónica preservada, com subtileza, casa com as técnicas da engenharia, nas adequações às exigências funcionais da habitação, que assim atravessam gerações, rendidas à beleza de uma herança intocável, …exemplos de lugares, …. fiquei lá e deixei-me estar, e fiquei e fiquei e fiquei …como nos filmes de Manuel de Oliveira!

Ajustei agora, um adequado número de dias na reserva da estadia, …por vezes nem fico ou nem paro, outras só pernoito, … para afinal me surpreender quando acordo,…. Como em Brest, … que região, para o autocaravanismo!!!

Na Bretanha , desliga-se o GPS e escolhe-se a Área de Serviço ao sabor da errância,…parece que as freguesias disputam os autocaravanistas.

Mais a sul, … de Marselha ao Mónaco em férias de fim-de-ano (2008) as Áreas de Serviço são menos, mas a receptividade e acolhimento ao autocaravanista é o mesmo.

Autocaravanista em França é sinónimo de esplanada ! E sabemos como eles gostam duma.

Foi assim em Marselha, St.Tropez, Cannes, Nice e Mónaco, …com locais de pernoita e de despertar de que o Capitão Haddock diria não valer a pena fotografar, …não há máquina capaz!

A técnica, é não ter pressa, primeiro referenciar todas as possibilidades e só decidir depois. Quem sabe que a sorte dá imenso trabalho, primeiro planeia, …uma visão aérea antecipada através do Google Earth, ou um simples olhar sobre o mapa da cidade no gps, pode ser uma ajuda preciosa para validar várias possibilidades de pernoita. Passamos bem sem um almoço ou um jantar, mas para dormir e para o despertar somos exigentes….quando finalmente lá chegamos, já lá está quase sempre, algum companheiro. É um conforto!

Collonges-La-Rouge


Collonges-La-Rouge



Collonges-La-Rouge


CABQue país prefere visitar de autocaravana? E porquê? Que facilidades mais o motivam? E em Portugal que regiões prefere? E em que época do ano? Qual o orçamento diário (2 pessoas) que recomenda a quem se abalance a ir ate ao estrangeiro?

CARDOSO DA SILVA – A França para mim é o melhor país do mundo, em todos os aspectos! Cultura, liberdade, e organização.

Como antes já ficou dito, em cada freguesia (passe o exagero) há uma área de serviço, …disputam os autocaravanistas!

A sociedade francesa é a mais velha democracia deste mundo,... foi o povo que fez a revolução! Tomaram a Bastilha, acabaram com a escravatura, a servidão, o feudalismo, proclamaram a liberdade, a igualdade e a fraternidade, como direitos universais em 1800,…a história contemporânea da humanidade, não seria a mesma sem a cultura francesa.

A primeira revolução política da história das sociedades humanas. Há três séculos que progridem na aprendizagem e defesa de direitos e deveres de cidadania....Portugal tem 35 anos de uma democracia,...literalmente oferecida por uma meia dúzia de capitães!

E quem não ofertou já alguma coisa, alguma vez na vida? - Todos sabemos como efémera é, a sorte de quem se contenta!

Seguramente, o que de melhor se vê por lá, foi construído com a participação de todos e de cada um. Um estudo sociopolítico feito há alguns anos em França, (país onde os concelhos têm uma dimensão média de três mil eleitores), demonstrava que por todo o país e num concelho de dimensão média, três mil eleitores dirigiam ao Maire (presidente de Câmara), durante cinco anos de mandato entre dez a doze mil reclamações escritas. Uma média impressionante de 4 reclamações escritas por eleitor e por mandato.

Reclama-se porque há lixo na rua, porque a iluminação é insuficiente, porque as estradas estão mal sinalizadas, porque o urbanismo afigura-se desordenado, porque há corrupção no licenciamento de obras, porque não há concursos públicos, porque as regras não são claras, porque as taxas têm preços exorbitantes, porque o vizinho está a fazer obras sem licença, porque na zona histórica há prédios degradados, porque o serviço de transportes é deficitário, porque se defende o interesse próprio ou de grupo e pretende-se confundi-lo com o interesse de todos e de cada um, etc, etc, etc... reclama-se muito. Porque a reclamação é entendida como uma expressão da liberdade fundamental.

As reclamações são atendidas! As queixas são investigadas e os assuntos resolvidos, para além da apresentação de um pedido de desculpas, se a reclamação for justificada.

Quantos de nós, portugueses, já nos “atrevemos” a apresentar, uma, uma só que seja, reclamação escrita, no nosso município, sobre qualquer destes assuntos? Quantos? Quantas vezes? E pedidos de desculpa, quem já recebeu?

A palmadinha nas costas, … é a nossa herança cultural e estilo! Numa cultura assim, uma reclamação é entendida pelo poder como um acto de inimizade ou de oposição política, …o seu autor um personagem a abater. Os nossos políticos, déspotas absolutos!

Subservientes, alimentamos o animal ! E em vez de representantes, com tanta palmadinha nas costas, logo, logo acabamos a ter senhores feudais (qual séc. XIX em França), reformas extemporâneas, sumptuosos gastos com dinheiros públicos, toda a espécie de corrupção e impunidade, sem vergonha,… sem valores.

O dinheiro não será o maior problema ou limitação de muitos autocaravanistas portugueses, que se aventurem no estrangeiro,…. mas o mau gosto! Em França, autocaravanismo é sinónimo de esplanada, como autocampismo é sinónimo de cigano e eles não gostam de ciganos.

Cem euros/ dia e por casal, paga a generalidade das despesas!

Neste primeiro ano, fiz quatro viagens ao estrangeiro em autocaravana, vinte mil kilómetros e confesso que, em nenhum local, em nenhum momento, encontrei alguém a fazer autocampismo, como por vezes vejo em pleno centro da vila da Nazaré, onde vivo.

Em França, podemos encontrar muitas aldeias históricas e belissimamente conservadas, mas já em nehuma delas, conseguimos encontrar uma cultura genuinamente aldeã, uma gastronomia genuína, em nenhuma delas conseguimos viajar e andar culturalmente por dentro, como em Portugal.

Nesses aspectos, o interior português, é verdadeiramente e por enquanto, um tesouro, muito mais apelativo e interessante, que França …todo o litoral estremenho com Espanha é hoje em dia, um mar muito mais salgado e português, que o litoral atlântico. Já há muitos anos, que para mim, viajar cá dentro é procurar produtos e sabores autênticos, tantas vezes únicos, irrepetíveis…e qualquer época do ano é boa.




Varanda do Alentejo - Marvão



Feira do Fumeiro - Montalegre



CABComo participa a família deste seu gosto? Colaboram? Escolhem destinos? Estão sempre prontos a partir ou resistem às viagens? ‘ E depois fazem resumos ou relatos do que observaram? Coleccionam fotografias?

CARDOSO DA SILVA – É consensual, que o tempo, é o nosso bem mais escasso..., o mais precioso!

Por maioria de razão, quando falamos de tempos livres falamos da nossa "Jóia da Coroa". É por isso um assunto sério,...muito a brincar!

E,... o hábito faz o monge!

Blog também é sinónimo de album, …e as fotos tiradas são tantas, que se não houver para onde despejá-las não há hardware que aguente. Um blogue público, é por outro lado, uma espécie de compromisso e obrigação com um mínimo de bom gosto, (tentamos) … em nome das memórias futuras.

Ou em jeito de revisão da matéria vista, (a minha mulher) na forma de Pé-de-Vento em http://levecomoovento.blogspot.com/.

Para mim, é a moto, as bicicletas, as canas de pesca, o set de golfe, a petanca, o badmington, o xadrez, o dominó, as cartas, o ping-pong, os ténis, os de verniz, o cachorro, o blogue,...ovalhamedeus.

Viajar é sinónimo de felicidade, como jantar é de festa e a exaltação da tralha uma graça divina. Agradeço a meu Pai celestial, por este dom de exaltação da tralha…

E á chegada..., partir para outro lugar.








CABQue motivos de satisfação ou insatisfação a família encontra nas viagens de AC? Quais as queixas mais frequentes? Emprestaria ou alugaria a sua autocaravana a alguém? Em que condições?

CARDOSO DA SILVA – O que é bom acaba depressa!

A viajem chega ao fim, …e os últimos kms são passados já no planeamento da próxima!

Mais modernamente e só modernamente, o homem é o único ser vivo que no verão migra para sul, … apesar da menor inteligência, todos os outros fazem o contrário, …a indústria do turismo do sol, vive a “Rebelião das Massas” de Ortega y Gasset, … todos trabalham desalmadamente todo o ano, para se poderem encontrar com o patrão a partilhar oito dias de férias, se possível no mesmo hotel, partilhando oito palmos da mesma praia…naturalmente a dormir de dia (ao sol) e de noite (com nívea), … descansando depressa.

Desconfio que o meu patrão, não ia gostar de estar ou dormir numa autocaravana ao sol! Sei que quando quer apanhar sol, vai até à piscina….

Perfilho da ideia de que o carro e a mulher, não se devem emprestar, … nunca voltam como foram!

Coabreca (filha) em
http://ghettodacoabreca.blogspot.com/ dá testemunho da sua primeira experiência autocaravanista, em viagem à Suíça, nestas férias de verão. Há partida, … achava ela que lhe ia dar uma coisinha má, dentro da catrineta…foi uma viagem de 27 dias, inesquecível!



Coabreca no Brienzsee


CABA sua viatura quanto consome? Que velocidades atinge? Que autonomia tem? Que avarias já teve? Como as resolveu? O que lhe dá mais satisfação na viatura e bloco de alojamento? O que mudaria se pudesse?

CARDOSO DA SILVA – Com uma média de 12 L/100km, e um depósito de 100 L, não há qualquer necessidade de andar a correr perigos ou de ultrapassar as velocidades máximas permitidas por lei, …o tempo chega para tudo!

No fim das férias o dinheiro que se gasta, continua sempre, a ser o mesmo, …. o tempo é que é a dobrar. Quem pensa que o autocaravanista não interessa como turista, confunde o rabo com as calças…

Com doze meses, 22000 km feitos, continuo à espera que o aviso para a primeira revisão se mostre. As brochuras da Fiat anunciam, para este novo modelo, 46000 km até à primeira revisão, …. custa a acreditar, a ver vamos!

Lá está, os franceses estão tão habituados a reclamar e a atender reclamações, …tinha eu feito os primeiros oito dias, estava em La Rochelle, quando o frigorifico deixou de ligar o gás, …disseram-me que as marcações que tinham não permitiam atender-me nos próximos oito dias, e…. nem com cordialidade, e com mais dinheiro ainda menos resolviam o problema, … só na hora da “exaltação” em francês me fiz compreender, … a Burstner concerteza não iria ligar nenhuma à minha história com aquele concessionário, etc, etc, …. mas acreditaram que sim e resolveram rapidinho. Foi o único quiprocó que tive até aos dias de hoje. Embora o problema de ligar o frigorifico a gás se tenha tornado, recorrente e crónico,…estou em crer que deveria queimar propano em vez de butano !?

Nada! Não mudaria nada, …acrescentei-lhe duas Baterias 100ª, um Conversor 2000W, um televisor LCD, um Painel solar 110w, um Ar Condicionado 1600W, uma máquina de café expresso, um porta moto, um porta bicicletas, um toldo, uma parabólica que já troquei por uma trapezoidal, duas clarabóias, um rádio CD e um alarme, …. Ficou com o peso, comprimento e mobilidade certa! Levei tempo (quase um ano) a ponderar a fórmula mágica, só foi pena ter tido que esperar nove meses pelo despacho do fabricante.









CABUsa a Net na AC? Para trabalho ou só para lazer? E usa GPS? Que modelo? Que recomenda? Televisão? Usa parabólica? Normalmente a que horas acaba a sua jornada? E quantos dias (horas) fica num mesmo local? Quantos km em media percorre por dia? Viaja com animais?

CARDOSO DA SILVA – Divirto-me….por vezes, também trabalho na AC, o ano passado na França fiz o disparate de gastar 4600 € em banda larga da TMN (isso! leu bem, 4600 e tal €) em down e uploads, em ligações ao escritório, que a TMN acabou a acordar comigo em metade, admitindo manifesto mal entendido no contrato de serviços, …

Aí está um serviço (wireless) que cada vez mais campings disponibilizam gratuitamente, … para mim absolutamente estratégico e até pode significar um prolongamento da estadia!

Um Pda Htc com Gps Tomtom, com todas as bases de dados que encontro mesmo que cumulativas.

Por norma começo a viajar ao fim-do-dia até à meia-noite, duas da madrugada , quatro a seis horas seguidas, no máximo. Embora, seja tudo muito variável,…a diferença entre partir ou ficar pode ser decidida por muito pouco…

Tenho pena que a essa hora a maioria dos campings, tenham as portas fechadas.

Actualmente treino a companhia ocasional de um Epagneul-Breton, …excelentes companheiros, para quem tiver mau feitio como eu!





Epagneul-Breton




CABQue acha da estruturação do movimento autocaravanista? É sócio de algum clube?

CARDOSO DA SILVA – Profundamente decepcionado com o estádio de desenvolvimento do CPA, …paguei uma vez, para ser sócio e ver!

Veja-se o orçamento e actividades para o biénio que corre, define um plano de acção ao sabor dos acontecimentos, …sem compromissos nem apelos estratégicos e em linha com um passado de conformismo com a situação do autocaravanismo em Portugal .

Não compreendo como em áreas geográficas criticas, para o autocaravanismo, …. criticas para os respectivos municípios, o CPA não se constitui como parceiro privilegiado para a solução dos problemas, promovendo aí apoio técnico e jurídico para a construção de condições físicas em áreas de serviço e parqueamento, com regulamentos normativos de conduta, …. Ajudando a gerir fenómenos desagradáveis para todos.

Do mesmo modo e ao invés, onde à notícia de sinalização de proibição de estacionamento, claramente discriminatória e abusiva, o CPA devia intentar na reposição da legalidade. Mais uma vez a meio caminho surgem as oportunidades de compromisso.

Se, atentar na informação da base de dados do CPA, que indica a Nazaré como hostil ao autocaravanismo, ignorando porque ignorando as razões de um barramento a um parque de estacionamento estratégico para a gestão automóvel da vila, …ignorando a continuada afluência de autocaravanistas, a falta de parqueamento dedicado, as situações de autocampismo, a displicência municipal, a inexistência de multas,….vendo assim de perto, se percebe facilmente como as direcções e lideranças do CPA tem tido uma visão do clube de capelinha.

Mas também, a forma precipitada e pouco participada, algo casuística, como recentemente o CAB-MIDAP validou um projecto-lei, que logrou apreciação no parlamento nacional é absolutamente inaceitável e lamentável!

Só se pode aceitar o sucedido, à luz do clima de uma saudável insurreição e clivagem, com o actual status-quo, que marcou no passado recente o fórum do CPA e para o que naturalmente não basta criticar, é preciso mostrar que é possível fazer mais e melhor.

Mas, diz o povo com sabedoria,…. as cadelas apressadas parem os cachorros cegos, ou mortos!

Penso que a esta distância, passado o calor da discussão, começa a ser mais claro para todos os autocaravanistas, que a haver uma lei sobre autocaravanismo, ela terá de se centrar na resolução dos problemas dos autocaravanistas e não na resolução dos problemas com os autocampistas. Estes últimos, um problema de ordem pública, para o que já há legislação suficiente. Haja quem a faça cumprir, os autocaravanistas agradecem.



Autocampismo - Nazaré - 2008


CABComo define o autocaravanismo?

CARDOSO DA SILVA –É uma opção por contraponto ao veleiro ou ao jacto privado,... para quem prefere os pés bem assentes em terra.

Em qualquer circunstância, seja veleiro, seja jacto, impõe-se uma gestão dos recursos, sempre escassos,... e o autocaravanismo não é uma opção economicista dos tempos livres. O mercado e autocaravanas tem hoje uma diversidade de oferta e qualidade capaz de satisfazer os mais exigentes,... sendo ainda e sempre as soluções mais precárias as que mais se ajustam ao espírito de aventura.

Por essa via, o autocaravanismo pode ser o veículo de massificação da aventura nos tempos livres,...assim haja o espírito.

Para mim, a ilusão de uma vida reinventada em cada nova viajem, sem horários de chegada, nem datas de partida, sem balcões,...nem outras complicações.


Porto de St. Tropez - 2008


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