terça-feira, 1 de dezembro de 2009

À Conversa com… HADDOCK

Entrevista com… HADDOCK
Nesta quarta entrevista que estamos a efectuar com aderentes do CAB vamos ouvir as opiniões do responsável do Blogue “Haddock on the road”

Como repetidamente afirmamos os vossos comentários são bem-vindos.


Haddock


CABQuando começou para si o autocaravanismo? Por influência de que aspecto? Com que viatura? Se tivesse que convencer alguém amigo a adoptar o autocaravanismo, que argumentos utilizariam?

Haddock
– Somos novatos nesta actividade. No início deste ano de 2009, nem me consigo lembrar como, começámos, eu e a minha parceira, a pensar que seria uma boa maneira de ocupar o tempo livre, praticando este tipo de turismo itinerante. De notar que nenhum de nós tinha qualquer “cadastro” na actividade: nem campismo nem caravanismo.

Tínhamos pensado em começar por alugar uma AC para experimentar. Depois de muitas consultas na Internet e de algumas (poucas) conversas com auto caravanistas, visitámos a Nauticampo e aí decidimos a compra directa sem mesmo passar pelo período de aluguer.

A escolha recaiu numa CI Riviera 55P, sobre base Fiat 130 HP, igual à do companheiro De Matos.

O principal argumento que me levou a adoptar este tipo de turismo é o da liberdade que proporciona.

CABQue países já visitou? Que locais aconselha? E eventos? Monumentos? Cidades? E porquê? E onde pernoita normalmente? Como escolhe os locais?

Haddock – Para além do nosso Portugal, a vizinha Espanha, França e Bélgica. Locais preferidos até agora: Cáceres e Mérida, em Espanha; Avignon, Vaison-la-Romaine e o Mont St. Michel em França. Bragança e a sua magnífica AS, a praia fluvial nas Minas de S. Domingos, o PC do Inatel em Bragança...etc., etc., em Portugal.

Pernoitamos normalmente em Parques de Campismo ou em áreas de Serviço para AC que nos ofereçam condições de segurança. Invejamos os companheiros que conseguem fazer viagens inteiras sem recurso a PCs mas ainda estamos muito crus (ou somos muito comodistas) para lhes seguir o exemplo. Logo que podemos, gostamos de pôr as cadeiras na rua, se possível a mesa e fazer um grelhado. Como não fazemos isso fora de PCs.....

Antes de cada viagem fazemos um planeamento rigoroso, o qual raramente é seguido. Mas como planear já é viajar!!!!

Neste momento encontro-me já em fase adiantada de planeamento de uma viagem a Marrocos que deve durar cerca de dois meses e ter lugar na Primavera do próximo ano; mesmo que não a faça, o gozo do planeamento já ninguém mo tira.

Além disso estamos de saída para um périplo pela Andaluzia que, se a meteorologia ajudar, vai terminar na Amieira no encontro do CAB.
CABQue país prefere visitar de autocaravana? E porquê? Que facilidades mais o motivam? E em Portugal que regiões prefere? E em que época do ano? Qual o orçamento diário (2 pessoas) que recomenda a quem se abalance a ir ate ao estrangeiro?

Haddock – Gosto muito de “vadiar” em França, que já conhecia bem, mas sem a liberdade proporcionada pela AC. Em França a vida dos autocaravanistas está muito facilitada; é rara a autarquia que não proporciona facilidades de serviços e de pernoitas.

Em relação a Portugal estamos a descobrir cantos e recantos que nos tinham passado despercebidos até agora. Que sensação de paz dormir no parque de estacionamento em Rio de Onor, adormecer e acordar ao som dos sinos da pequena igreja da terra e das ovelhas saindo para o pasto!

Em relação a orçamento volto a reiterar a nossa pequena experiência na actividade e também alguma gula que nos faz frequentar, demasiadamente, alguns restaurantes, adegas e outros locais de compra de produtos gastronómicos locais. Na nossa viagem à Bélgica fizemos uma média de 150 €/dia, mas analisando bem as contas existem certamente despesas que poderiam ser evitadas com facilidade. Difícil dar resposta cabal a esta pergunta pois os gostos das pessoas são muito específicos (e não discutíveis).

CABComo participa a família deste seu gosto? Colaboram? Escolhem destinos? Estão sempre prontos a partir ou resistem às viagens? ‘ E depois fazem resumos ou relatos do que observaram? Coleccionam fotografias?

Haddock – A minha “co-équipière” está sempre pronta a partir. Os destinos têm sido escolhidos de comum acordo mas, dado que temos muito tempo disponível, privilegiamos as viagens longas. Os resumos das viagens têm sido publicados no Blog “Haddock on the Road” o qual mais que um blog é um diário das nossas actividades de turismo itinerante.

As fotografias, digitais, são guardadas num disco duro dedicado, sendo algumas delas publicadas no blog.

CABQue motivos de satisfação ou insatisfação a família encontra nas viagens de AC? Quais as queixas mais frequentes? Emprestaria ou alugaria a sua autocaravana a alguém? Em que condições?

Haddock – Até agora o “Livro de reclamações” está virgem de queixas.

Emprestar ou alugar a minha AC está fora de questão.

CABA sua viatura quanto consome? Que velocidades atinge? Que autonomia tem? Que avarias já teve? Como as resolveu? O que lhe dá mais satisfação na viatura e bloco de alojamento? O que mudaria se pudesse?

Haddock – O consumo é bastante variável e depende principalmente do “juízo” que tiver em relação ao tipo de condução. Julgo que andarei à volta dos 10 litros aos cem (+ ou -1). A autonomia não é grande porque os construtores optaram por economizar peso e colocaram neste modelo o tanque de 60 litros. Por segurança, mais ou menos aos 450 km tem de ir à bomba.

Quanto a avarias tive o choque de ver o veículo rebocado no dia em que me foi entregue: um mau aperto dos tubos do líquido da direcção assistida fez com que o perdesse. Facilmente resolvido mas aborrecido.

Nos alojamentos, o frigorífico tem dado cuidados na sua vertente de funcionamento a gás. Depois de várias idas ao representante o caso parece estar agora resolvido.

Apesar da minha desconfiança de princípio com a marca Fiat não tenho até agora razões de queixa. A potência é amplamente suficiente.

Agrada-me a disposição interior da viatura e a qualidade do mobiliário é satisfatória. Estamos muito contentes com o aquecimento Webasto a gasóleo.

Estou a instalar uma roda sobressalente pois não me sentia à vontade ao partir para certas viagens sem ela.

A única coisa que me faria falta seria um pouco mais de espaço para bagagem; mas talvez seja melhor assim.

CABUsa a Net na AC? Para trabalho ou só para lazer? E usa GPS? Que modelo? Que recomenda? Televisão? Usa parabólica? Normalmente a que horas acaba a sua jornada? E quantos dias (horas) fica num mesmo local? Quantos km em media percorre por dia? Viaja com animais?

Haddock – O uso da Net é quase diário desde que existam condições para tal. Correio electrónico, informação, gestão da vida corrente tudo é feito pela Internet.

Um Tomtom GO 730 carregado com diversos POI respeitantes a PCs e AS ajuda-nos nas viagens e a encontrar os locais de interesse para visitar e para pernoitar. Para quem quiser ir para Marrocos ele não serve; tenho assim preparado um Garmin 276C em que vou colocar a cartografia de Marrocos.

Temos televisão, sem parabólica; tem sido utilizada quase exclusivamente para ver os telejornais.

Gostamos de começar e acabar as nossas jornadas bastante cedo; o mais tardar às 16 horas estamos no local de pernoita.

O tempo de permanência em cada local depende do que há para ver ou fazer nesse local. Desde a simples pernoita até acampamentos de uma semana para fazer termas no Gerês ou estadias de quatro dias para visitar com pormenor uma cidade que nos encante como Avignon.

A kilometragem máxima que já fiz num único dia foi de 630 km mas, habitualmente, é muito menos, raramente ultrapassando os 350.O nosso companheiro de quatro patas o “Swing”, um Cotton de Tulear com nove anos, faz parte integrante da equipa.

CABQue acha da estruturação do movimento autocaravanista? É sócio de algum clube?

Haddock – Julgo que a “estruturação do movimento autocaravanista” praticamente não existe. Como principiante, corri a associar-me ao Clube Português de Autocaravanas (CPA); parecia-me lógico que num país tão pequeno um clube com esse nome federaria os interesses da actividade. Até agora nada. Sou seguidor do Portal Camping Car Portugal e membro do CAB.


CABComo define o autocaravanismo?

Haddock – Olhando retrospectivamente para o ano em curso felicitamo-nos pela decisão tomada.

Se tivesse de escolher uma única palavra para definir o autocaravanismo diria: Liberdade.



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